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05/06/17

Percepções do trabalho em campo

Técnicos do IBIO contam suas experiências em Minas Gerais e no Espírito Santo no projeto da Fundação Renova

 

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Viveiros com boa capacidade produtiva, porém ainda restrita. Essa foi a situação encontrada por nossos colegas que participaram, em campo, do Mapeamento de Viveiros de Espécies Nativas, Agrícolas e Exóticas na Bacia do Rio Doce. Somados, Thiago Belote, Rodrigo Borges, Narliane Martins, Jaqueline Cozzer, Severino Pinto e Alisson Lopes percorreram mais de 6.200 quilômetros em Minas Gerais e no Espírito Santo, entre os dias 17 de abril e 5 de maio. As razões apontadas por nossa equipe técnica para a delicada situação enfrentada pelos viveiristas são a crise hídrica e a demora da implementação de programas de restauração e de reflorestamento.

 

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Equipe IBIO em campo – créditos IBIO 

Confira, abaixo, alguns dos depoimentos dos colaboradores do IBIO envolvidos no trabalho de campo projeto:

Depoimentos equipe de campo

“No que diz respeito à percepção sobre cenário da atividade no rio Doce, identificamos que, no Espírito Santo, há uma demanda ainda não consolidada por restauração florestal que desestimulou os viveiristas que trabalham abaixo de sua capacidade produtiva. Muitos deles não conseguem mapear as oportunidades de negócios do setor, diminuindo ou interrompendo a produção de mudas nativas. As principais causas são: crise hídrica, morosidade na implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e na integração ao Programa Reflorestar. Esses fatores também desestimulam a regularização do estabelecimento. Presenciamos viveiros com o Renasem para culturas agrícolas, mas irregulares para as espécies nativas.

Thiago Belote, coordenador de programas e projetos do IBIO na Regional Doce

“Uma grande parcela dos viveiristas visitados está na atividade há décadas e é guardiã de um impressionante conhecimento empírico ainda não registrado. Ademanda por mudas nativas ainda está relacionada a medidas corretivas e legais, como o cumprimento de termo de ajuste de conduta ou à condicionantes de processos de licenciamento de empreendimentos. Não se percebe uma consciência da importância da restauração e manutenção das florestas e da conservação das áreas de APPS para a sustentabilidade das atividades econômicas, das comunidades e da vida na terra. Entre as causas relatadas pelos viveiristas estão a lentidão no avanço das discussões e implantação  do Novo Código Florestal, cujo principal impacto é a redução na demanda por mudas nativas e a sua desvalorização no mercado, com consequente direcionamento dos negócios para a produção de espécies ornamentais e frutíferas.”

Narliane Martins, analista de Mobilização e Engajamento do IBIO

“Nesse trabalho de campo foi possível verificar que a realidade atual ainda está muito distante dos discursos praticados há algum tempo. Por outro lado, mesmo que a Renova tenha sido criada para mitigar os impactos do maior desastre ambiental do país, abre-se uma oportunidade imensa de estruturar a cadeia produtiva da restauração em uma bacia com o porte do rio Doce. Serão implantados projetos em unidades ambientais distintas, voltados para o uso racional de diferentes tipos de solo. São iniciativas que trarão grande aprendizado para todos os que trabalham com o tema.”

Rodrigo Borges, coordenador de programas e projetos do IBIO na Regional Bahia

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Equipe IBIO em campo – créditos IBIO 


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