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30/08/17 - Por: IBIO

IBIO participa da 7ª Conferência Mundial sobre Restauração Ecológica

O IBIO procura estar sempre presente em eventos que envolvam tomadas de decisão, construção de soluções e troca de conhecimentos sobre o tema restauração ecológica. De 27 de agosto a 1° de setembro, o instituto está participando 7ª Conferência Mundial sobre Restauração Ecológica realizada pela Sociedade de Restauração Ecológica (SER) em parceria com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) e a Sociedade Ibero-Americana e do Caribe para Restauração Ecológica (SIACRE), em Foz do Iguaçu/PR.

Severino Rodrigo Ribeiro Pinto, gerente de Programas e Projetos, Thiago Belote, coordenador de Programas e Projetos e Alisson Lopes, técnico em geoprocessamento,  estão representando o IBIO no evento. A equipe apresentará, em simpósios, projetos com ênfase em  restauração ecológica  e ministrará dois treinamentos. Severino acredita que a participação do IBIO é uma ótima oportunidade de aprendizado: “Já estive presente em edições anteriores e foi uma experiência fantástica. São as principais iniciativas da área de restauração e os melhores especialistas no assunto reunidos em um só lugar. Essa é a conferência da SER com o maior número de inscritos, mostrando a força do Brasil na temática de restauração de ecossistemas degradados”.

Resumos dos trabalhos apresentados pela equipe do IBIO

Processo de priorização de áreas para restauração na bacia do Rio Doce com a participação do comitê de bacia hidrográfica.

Autor: Alisson Lopes

O desafio de recuperar as bacias hidrográficas tem se tornado maior a cada dia. A partir do entendimento que o processo de construção coletiva nos permite obter resultados mais justos para a bacia hidrográfica, foi implementado um projeto de priorização de áreas para aplicação de recursos voltados à restauração florestal e aumento da disponibilidade hídrica em afluentes do Rio Doce no Estado do Espírito Santo, Brasil. Em parceria com os comitês de bacia hidrográfica foram realizados exercícios de planejamento de paisagem, considerando os aspectos naturais e antrópicos que de fato interferem no balanço hídrico local. Desta forma foi gerado um modelo de vulnerabilidade à erosão, onde são considerados indicadores como uso e cobertura da terra, classe de solos, declividade e pluviometria. Também foi elaborado um modelo de balanço hídrico, onde são consideradas as demandas de consumo de água sobre a disponibilidade hídrica, apontando locais com maior criticidade hídrica. Esses produtos foram utilizados como ferramenta de suporte à tomada de decisão pelos comitês de bacia hidrográfica, que de forma participativa, indicaram quais eram as áreas prioritárias com maior potencial de adesão à programas de restauração florestal, demonstrando que ciência aplicada e participação social caminham de forma integrada.

Governança da água e da floresta: o caso da integração das agendas ambientais na porção capixaba da bacia do rio Doce.

Autores: Thiago Belote Silva; José de Aquino Machado Junior; Amanda Carvalho de Andrade; Alisson Oliveira Lopes; Rubens de Miranda Benini; Vanessa Jó Girão; Marcos Franklin Sossai; Fabiano Henrique da Silva Alves; Luísa Poyares Cardoso; Elter Martins Santos; Ana Paula Alves Bissoli; Celeste Stoco; Olindo Antonio Demoner;

A disponibilidade de água é um fator prioritário para o desenvolvimento territorial. Neste contexto, a bacia hidrográfica do rio Doce é emblemática: em menos de 50 anos sofreu perdas de recursos naturais devido a um modelo de desenvolvimento econômico insustentável, o que acarretou em um alto grau de comprometimento da água e a graves conflitos sobre o uso da água, especialmente na porção de capixaba do rio Doce. Em vista desse cenário, foi criado um arranjo institucional entre o Instituto BioAtlântica (IBIO), o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce, a Nature Conservancy Brasil (TNC) e o Governo do Estado do Espírito Santo, através do Programa Reflorestar. Este acordo visa concentrar esforços, construir alternativas viáveis para contribuir para a disponibilidade de água na bacia hidrográfica e aumentar a escala de ações de restauração. O objetivo é recuperar 1.500 hectares de florestas, em 600 propriedades rurais. As ações planejadas incluem a elaboração do CAR (Cadastro Ambiental Rural), de Projetos de Restauração e o trabalho dos produtores rurais como contrapartida dos investimentos. Esta iniciativa tem como diferencial a alavancagem dos recursos públicos e privados, permitindo atender em larga escala as expectativas de várias partes interessadas, cada uma com suas agendas neste território. Essas peculiaridades tornam essa experiência um caso de grande relevância para a governança ambiental das bacias hidrográficas, com resultados efetivos e lições aprendidas.

Adequação ambiental da região hidrográfica do Barra Seca e Foz do Rio Doce através da integração de agendas ambientais

Autores: Thiago Belote e Jaqueline Cozzer (IBIO), Vanessa Girão (TNC), Marcos Sossai (Programa Reflorestar), Fabiano Rangel (Leão Alimentos e Bebidas) e Dolores Colle (CBH Barra Seca e Foz do Rio Doce)

A partir da identificação de uma condição crítica de escassez hídrica em um território localizado na Bacia do Rio Doce, Brasil, entre 2015 e 2016, foi concebido o presente projeto, visando criar as condições necessárias para aumentar a possibilidade de oferta de água na região.

Por meio de um arranjo institucional é possível, além das práticas ambientais, criar e consolidar um modelo de alavancagem de recursos a partir da vocação, capacidade e interesse de diferentes instituições parceiras e consequentemente, perseguir resultados consistentes, otimizar recurso e aumentar escala dos investimentos.

Assim, este trabalho apresenta uma iniciativa desenvolvida na Região Hidrográfica do Barra Seca e Foz do Rio Doce, no estado do Espírito Santo, que visa aumentar a escala da restauração florestal, potencializar sistemas produtivos sustentáveis e garantir disponibilidade de água para a bacia através da integração de políticas, programas e projetos em andamento na Bacia do Rio Doce.

Dentro deste arranjo formado pela iniciativa privada, terceiro setor, governo do Estado do Espírito Santo e o comitê de bacia, foram identificadas áreas prioritárias, definidas em conjunto com o comitê de bacias, para que cerca de 51 proprietários rurais possam se beneficiar de projetos de restauração, cadastro ambiental rural, pagamentos por serviços ambientais, abrangendo uma área de aproximadamente 150 hectares ao longo de 5 anos, além de benefícios relacionados com o saneamento básico rural e adequação ambiental da propriedade, gerando consequentemente um ganho na disponibilidade hídrica da região, o que permitirá gerar um impacto indireto em outras propriedades, assim como no abastecimento público das cidades.

Sobre a conferência

A Conferência Mundial sobre a Restauração Ecológica é realizada bienalmente pela Sociedade de Restauração Ecológica. Em sua sétima edição tem como tema Conectando a Ciência e a Prática para um Mundo Melhor e uma programação que incluiu palestras ministradas por personalidades de renome mundial, simpósios, workshops, sessões temáticas simultâneas e viagens técnicas à campo. Foram quase 1.500 participantes, entre profissionais de agências governamentais, organizações intergovernamentais, ONGs e setor privado; pesquisadores; tomadores de decisão; formuladores de política; artistas; educadores; estudantes e líderes comunitários.

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