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22/08/16 - Por: Assessoria

Caminhos para a restauração florestal

Com colaboração de especialista do IBIO, livro da IUCN faz referência ao trabalho do Instituto no Espírito Santo, no fomento de um arranjo institucional e de uma rede integrada na Bacia do Rio Doce

IBIO

Apontar caminhos para a restauração de paisagens e florestas no Brasil por meio dos relatos de profissionais que constroem, diariamente, uma agenda positiva nesse segmento e acreditam no potencial dessa atividade que, em larga escala, pode agregar resultados às estratégias de enfretamento às mudanças climáticas. Esse é o propósito do livro Restauração de paisagens e florestas no Brasil, publicado este ano pela União Internacional para Conservação da Natureza (International Union for the Conservation of Nature – IUCN).

Novamente, o IBIO marca presença como fonte de referência em uma iniciativa que visa compartilhar conhecimento técnico e científico na área ambiental, apresentando soluções acessíveis, já testadas e bem-sucedidas. Um dos coautores da obra é o geógrafo Thiago Belote, coordenador de projetos do IBIO no Espírito Santo. Ele colaborou, junto com outros especialistas e representantes de organizações parceiras da área, na elaboração do Capítulo XRestauração de Paisagens Florestais no Estado do Espírito Santo – Brasil: de projetos-piloto a política estadual de restauração em larga escala.

O texto reconhece e destaca a participação e o trabalho do IBIO na liderança de organizações não governamentais (ONGs) no projeto Florestas para a Vida (FPV) no Estado capixaba. Idealizado em 2004, sob a coordenação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Seama), executado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), conduzido com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tendo como agente implementador o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), o FPV foi uma das iniciativas pioneiras na introdução de um modelo diferenciado de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na política ambiental do Espírito Santo. Tal metodologia oferecia uma visão mais ampla do formato adotado no Estado, a partir de 2009.

“Isso porque a proposta de PSA do Florestas para a Vida era pautada na sustentabilidade financeira e no desenvolvimento de mercados de serviços ambientais. A partir de análises econômicas, foi possível demonstrar o potencial das boas práticas de utilização do solo na minimização de impactos ambientais e sua ligação na diminuição de gastos que visam a recuperação e o tratamento dos recursos hídricos”, pontua Thiago Belote, do IBIO.

O texto destaca que se a adoção de procedimentos sustentáveis nas atividades produtivas for capaz de reduzir em 1% os níveis de turbidez das bacias hidrográficas analisadas, seriam gerados, na época, cerca de US$ 21 milhões em benefícios econômicos e, aproximadamente, US$ 24 milhões em recursos financeiros, em decorrência da redução nos gastos com componentes químicos aplicados no tratamento da água. “Esse montante seria estratégico para fomentar o mercado de serviços ambientais hídricos nesses mananciais, através do Pagamento por Serviços Ambientais, viabilizando a recuperação e preservação de florestas nessas regiões”, completa o coordenador de projetos do IBIO.

Assim, o FPV contribuiu para a elaboração da Política Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais e, posteriormente, do Programa Reflorestar, criado pelo Governo do Espírito Santo, em 2011 e que, na Bacia do Rio Doce, atua integrado ao Programa de Recomposição de Áreas de Preservação Permanente e Nascentes (P52), dos Comitês de Bacia dos rios Guandu, Santa Maria do Doce e Pontões e Lagoas do Rio Doce, [b2] e ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Ao introduzir o PSA no Espírito Santo, o Florestas para a Vida foi fundamental para a construção de um arcabouço técnico e legal, que proporcionou ao Reflorestar a capacidade de integrar arranjos institucionais e a colaboração em rede em prol da restauração da porção capixaba da Bacia Hidrográfica do Rio Doce”, reflete Belote.

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