IBIO apresenta resultados do Projeto Território Sustentável Ribeirão do Boi

Iniciativa desenvolvida desde 2011 contribui para o desenvolvimento social, econômico e ambiental de região na Bacia do Rio Doce

Catalisar e integrar ações sociais, ambientais e econômicas para o desenvolvimento sustentável da Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Boi, localizada no Leste de Minas Gerais. Foi com esse objetivo que o IBIO implantou o Projeto Território Sustentável Ribeirão do Boi em 2011, em parceria com a Usiminas S.A. “Foram executadas diversas atividades que permitiram identificar e desenvolver, de forma planejada e integrada, as melhores práticas para adequação ambiental do território. O principal fator de sucesso foi o engajamento e envolvimento efetivo das comunidades locais na gestão compartilhada e na aplicação das soluções”, destaca Eduardo Figueiredo, diretor-presidente do IBIO.

Os principais resultados de cinco anos de trabalho foram apresentados durante a III Feira de Agricultura Familiar do Leste Minas, realizada nos dias 13 e 14 de maio, no município de Entre Folhas. A coordenadora do projeto, Narliane Martins, apresentou o Plano de Adequação Socieconômica e Ambiental da bacia. “Esse documento representa a síntese de um intenso esforço de coleta e análise de informações técnicas e foi construído seguindo a estratégia de trabalho do IBIO, em colaboração com produtores rurais, prefeituras, empresas e governo do Estado.” ressalta ela. O plano conclui uma etapa importante da atuação do IBIO no território e servirá de base para a continuidade da iniciativa.

Um dos principais temas abordados no plano é a produção sustentável de leite, uma das atividades rurais mais representativas da bacia do Ribeirão do Boi, que também foi incluída na programação da Feira através de um Dia de Campo, conduzido na Unidade de Referência Tecnológica implantada pelo IBIO, em parceria com a Embrapa, no distrito de São Cândido. O modelo proposto prevê uma integração de atividades de lavoura e pecuária com floresta, visando melhorar tanto a produção quando a qualidade ambiental da propriedade e o bem-estar animal. O iLPF, como é chamado esse modelo de gestão, também já foi pauta de diversas edições do Café no Curral, encontros promovidos pelo IBIO que visam levar informações relevantes para produtores de leite, de forma acessível e descontraída.

“Nossos dados mostram que a recuperação da cobertura florestal da bacia é muito importante para garantir a disponibilidade de água a médio e longo prazo, mas não é suficiente. Por isso, é preciso também trabalhar com técnicas produtivas mais sustentáveis. O Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), desenvolvido pelo IBIO junto à EMATER-MG, apontou um grande potencial de recuperação de pastagens degradadas nesta sub-bacia. Por isso, a mobilização dos proprietários rurais e a assistência técnica são indispensáveis.” destaca Eduardo Figueiredo.

Além de ações voltadas para apoiar os produtores rurais da bacia, incluindo a regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de mais de 100 propriedades, a capacitação de lideranças locais também foi um ponto forte dessa etapa do projeto. O Programa Líder, conduzido com apoio do Sebrae Minas, envolveu todos os municípios da região na construção de uma agenda unificada com a bacia hidrográfica como unidade de gestão.

“A continuidade da iniciativa passa a ser conduzida pelas lideranças locais, como pequenos produtores rurais, instituições da sociedade civil e poderes públicos municipais e estaduais, que, ao longo do projeto, participaram de um processo de formação, qualificação, capacitação e integração. O plano de adequação, somado aos conhecimentos disseminados nas atividades desenvolvidas nesse período em que atuamos na região, vão orientar a comunidade no desenvolvimento local e no alcance de resultados ainda maiores”, reforça Narliane Martins.

Duas publicações contendo informações e recomendações para um Território Sustentável do Ribeirão do Boi ainda estão programadas para o primeiro semestre de 2016. O Atlas da Bacia do Ribeirão do Boi, produzido em parceria com a EMATER-MG, incluirá informações de uso da terra, balanço hídrico, unidades de paisagem, e as principais linhas de ações recomendadas pelo Plano de Adequação da bacia.

Já o manual de Boas Práticas da Agricultura Familiar trará um detalhamento dos modelos de agricultura sustentável recomendados pelo IBIO e seus parceiros. “Entendemos que esses modelos sejam replicáveis não apenas no território do Ribeirão do Boi, mas na Bacia do Rio Doce como um todo, e o aprendizado conquistado no projeto certamente nos será útil para ampliar o alcance geográfico das nossas ações e gerar resultados concretos em termos de qualidade de vida na bacia.” conclui Eduardo Figueiredo.